Pra não dizer que não falei das flores: A presença da mulher na Páscoa

Atualmente a presença da mulher na vida da Igreja é algo bastante comum e notável a todos e todas. Porém, no Ministério de Jesus a participação das mulheres foi algo escandaloso e admirável. E há razões para tanto espanto. Nas páginas da Bíblia, regadas por interpretações equivocadas a respeito da participação da mulher na consumação da Queda do ser humano diante da Graça de Deus, sempre a colocou como principal responsável por este fato desastroso, relegando assim a sua história e sua vivência no texto bíblico a uma condição em segundo plano.

Diante da Lei Mosaica a mulher era vista mais como uma propriedade adquirida do que como uma companheira de caminhada: "Não cobiçarás a casa do teu próximo. Não cobiçarás a mulher do teu próximo, nem seus servos e servas, nem teu boi ou jumento, nem coisa alguma que lhe pertença" (Êxodo 20.17). E adiante, salvo alguns lampejos da ação e desejo de Deus pela igualdade entre ambos, homens e mulheres, a situação da mulher não muda dentro da história de Israel.

Mas, no Ministério de Jesus as mulheres ganharam espaços jamais antes concedido a elas. Culturalmente nada havia mudado nas regiões da Galiléia e Judéia. Mesmos costumes, até mesmo um rigor maior na Lei Mosaica era percebido. Mulheres não eram contadas e a vida seguia assim. Jesus trouxe uma nova perspectiva na visão que se tinha do ministério feminino. A uma mulher que há dezoito anos andava encurvada (Lucas13. 10-17), chama de Filha de Abraão, ou seja, filha da Promessa. Com a mulher Samaritana (João 4.4-26), Jesus trava um dos mais belos e ricos diálogos das páginas da Bíblia. Exaltou a viúva (Lucas 21.1-4) que ofertou tudo que tinha. Foi ungido em Betânia (Marcos 14. 1-9) pelas mãos sinceras de uma mulher. À mulher adultera (João 8.1-11), concede o perdão, e declara que ela não era mais pecadora do que os mentirosos, os invejosos, os intolerantes, os acusadores...E até mesmo se curvou diante da humildade de uma mulher-mãe siro-fenícia (Marcos 7.24-30), que rogou apenas por algumas migalhas, por sua filha, não por ela mesmo, apenas um minuto de atenção à sua dor e desespero. Impossível negar: Jesus soube dar um lugar de destaque à mulher em sua missão de evangelização e salvação.


Pastor Antônio Carlos Soares dos Santos
Igreja Metodista em Açude II, Volta Redonda

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